Adquirir um iPhone 17 no Brasil é uma tarefa árdua, ilustrando de forma contundente a enorme disparidade social no acesso a tecnologias de ponta. Para grande parte dos brasileiros, a compra deste smartphone, um verdadeiro símbolo de status global, equivale a meses de trabalho.
| País | Preço em US$ | Horas de trabalho para iPhone 17 | Horas de trabalho para iPhone 17 Pro Max |
|---|---|---|---|
| Índia | 939 | 967 | 1.749 |
| Vietnã | 947 | 598 | 908 |
| Turquia | 1.885 | 461 | 709 |
| Brasil | 1.484 | 409 | 639 |
| México | 1.081 | 352 | 545 |
| Portugal | 1.160 | 126 | 191 |
| Hungria | 1.200 | 125 | 188 |
| Coreia do Sul | 928 | 52 | 80 |
| Estados Unidos | 857 | 21 | 31 |
| Suíça | 1.003 | 17 | 26 |
Fonte: Dados convertidos de moeda local e média salarial de horas trabalhadas, Apple e ILO, setembro de 2025.
Em nações de alta renda, como Suíça e Estados Unidos, a situação é bem diferente. Basta menos de um mês de salário para ter o aparelho em mãos: na Suíça, são necessárias apenas 17 horas de trabalho, e nos EUA, 31, já considerando os impostos. O contraste é gritante com a realidade de países como Brasil e Turquia. No Brasil, são exigidas cerca de 409 horas de trabalho para comprar um modelo básico do iPhone, e na Turquia, o número sobe para 461 horas, conforme dados da Statista.
O Brasil se destaca de forma negativa por ter um dos preços mais altos para o iPhone no mundo. O valor sugerido para a versão de entrada com 256 GB ultrapassa os US$1.484. Esse preço exorbitante não se deve apenas à Apple; ele é inflacionado por pesados impostos de importação, taxas sobre produtos de luxo e custos de logística, o que explica o enorme esforço necessário para que o consumidor brasileiro realize esse desejo de consumo.
Um outro fator determinante é a renda média dos trabalhadores. Embora o preço do aparelho possa ser similar ao de outros países em desenvolvimento, o salário médio por hora no Brasil é de cerca de US$4, o que estende a jornada para quem deseja trocar de celular por um topo de linha. Mesmo na Índia e no Vietnã — onde o iPhone 17 é vendido por menos de US$1.000 — a quantidade de horas de trabalho necessária dispara, devido aos baixos salários locais.
